As pessoas com deficiência são indivíduos, não números.
Quando você menciona a palavra "deficiência”, a primeira coisa que a maioria das pessoas imagina é uma cadeira de rodas. Contudo, das estimadas 1,3 bilhão de pessoas com deficiência no mundo, apenas uma pequena parcela utiliza cadeira de rodas. Desde as pessoas com deficiência visual parcial e espectro autista até as pessoas com deficiência auditiva ou com paraplegia , existem inumeras possibilidades de deficiência e diferentes intensidades.
Transformando o invisível em visível
Até relativamente pouco tempo atrás, as pessoas com deficiência raramente eram vistas em público no Brasil. É triste, mas é verdade que, em um passado não muito distante, ter um parente com deficiência era motivo de vergonha para alguns indivíduos. As pessoas com deficiência frequentavam escolas separadas, clínicas diferentes etc., e não participavam de fato da vida cotidiana do País. E se você tivesse uma deficiência "pequena", provavelmente não comentaria com ninguém, a fim de evitar qualquer tipo de discriminação e levar uma vida “normal”.
Os dados do censo mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE) mostram que cerca de 7% da população brasileira tem algum tipo de deficiência, mas outras fontes de dados apontam que o número é mais alto do que isso. Precisamos ter acesso a dados precisos e atualizados sobre as pessoas com deficiência, no intuito de respaldar o processo de tomada de decisão e alocar nossos investimentos nas áreas que tenham o maior impacto possível.
Hoje, o Brasil é considerado um exemplo mundial em termos de elaboração de políticas para gerar empregos para pessoas com deficiência. E existem muitas razões para essa mudança. Algumas delas dizem respeito à legislação, a qual, dependendo do porte da empresa, estabelece que de 2% a 5% da força de trabalho deve consistir de pessoas com deficiência. Outras são relacionadas ao fato de algumas pessoas terem obtido um entendimento melhor sobre as deficiências e ao modo como as pessoas e os locais de trabalho precisam se adaptar. Na qualidade de líder de negócios no Brasil, tenho orgulho do quanto progredimos em tão pouco tempo, mas sei que ainda há muito a ser feito até que as pessoas com deficiência sejam representadas de forma apropriada nas funções de liderança e nas carreiras que oferecem os salários mais altos, como as relacionadas à tecnologia.